
Quem me viu naquele já longínquo
5 de maio de 2017 palestrando na primeira edição do #MeetupMSSP ao
lado de feras como Priscila
Stuani e Andrio Ferreira, não
faz ideia que aquele moleque franzino, meses antes, ao largar seu emprego numa
agência de marketing para
virar freelancer, ouviu do seu antigo chefe que precisava se
“comunicar mais”.
Levei aquele conselho numa boa.
Eu sabia que, no fundo, ele tinha razão. Sempre dei muito valor aos conselhos
de pessoas mais experientes e não foi diferente daquela vez. Afinal de contas,
ouvi aquilo do capitão do time. Ele é um cara que entende das coisas.
Mas, por que ele disse isso?
Bom, meu trabalho como
desenvolvedor web exige muita concentração. No dia a dia da agência, como
estava sempre focado nas linhas de código, conversava pouco com os colegas.
Por, digamos, ficar fechado naquele meu “mundinho”, passei a impressão –
correta, confesso – de ser uma pessoa tímida, um cara de poucas palavras.
Assim que me despedi do pessoal e
cheguei em casa, fiquei pensando naquelas palavras. Deitei na minha cama e
fitei o teto por alguns minutos. Aquilo ficou martelando na minha cabeça. Se
meu objetivo era trabalhar por conta própria, ser um freelancer, eu não podia
passar essa imagem. Eu precisava ser um cara comunicativo! Eu precisava driblar
a timidez!
Em tudo o que me proponho a
fazer, procuro sempre entregar o melhor. E isso é real, não é clichê de entrevista
de emprego. Esse negócio de vestir a camisa e dar o sangue é algo que aprendi
desde cedo no futebol. Então, nunca me importei em fazer horas extras, por
exemplo, e mesmo ganhando relativamente pouco na época, por adorar o que fazia
e, principalmente, o ambiente de trabalho, eu realmente me entregava para a
empresa. Tinha orgulho de estar ali.
Digo isso porque quando cheguei
em casa naquele dia, após o tal conselho, a vida de freelancer deixou de ser
vontade e se tornou realidade. Isso significava que a partir daquele dia eu
deveria superar minhas limitações no que dizia respeito a comunicação. Se antes
eu era o que chamam no futebol de “jogador para compor o elenco”, agora tinha
me tornado o camisa 10 e capitão: o astro da companhia.
Se na agência eu só precisava
programar, trabalhando por conta própria eu deveria tratar diretamente com
clientes. Eu precisava ter um relacionamento próximo com esses caras – ou teria
sério problemas. Eu precisava me vender! Eu precisava ser visto! Eu precisava
de tantas coisas...
O poder da palavra “sim”
Em meio à tempestade, o convite
inesperado. Enquanto eu continuava sem rumo, a Priscila Stuani, minha cliente,
me convidou para ser o organizador e um dos palestrantes da primeira edição do
Meetup de Redes Sociais em São Paulo. Eu, o moleque da base que precisava se
comunicar mais.
Confesso que fiquei mais
desorientado do que a defesa do Brasil naquele 7x1 contra a Alemanha. Minha
timidez quase me forçou a recusar o convite. Porém, enxerguei aquilo como uma
oportunidade. Um desafio, na verdade. Talvez um evento do tipo fosse exatamente
o que eu precisava naquele momento.
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O drible histórico do argentino Messi no zagueiro alemão Boateng. Foto: Divulgação. |
Bom, eu aceitei o convite. E
posso afirmar que dizer “sim” foi o drible perfeito para cima da minha timidez
– como se o poder dessa palavra fosse o Messi e meus
medos o Boateng...
Citei o Daniel Alves no início do
texto porque aqui cabe uma analogia sobre algo que ele citou naquele texto.
“Quando eu fui para a Juventus, eu fiz
uma promessa final para a cúpula do Barcelona. Eu disse, 'Vocês vão sentir
saudades de mim'. Eu não quis dizer como jogador. O Barça tem muitos jogadores
incríveis. O que eu quis dizer foi que eles iriam sentir saudade do meu
espírito. Eles iriam sentir saudade de alguém que prezava tanto pelo ambiente e
pelo clube. Eles iriam sentir saudade do sangue que eu derramei todas as vezes
que eu coloquei a camisa do Barcelona”. – Daniel Alves.
Quando deixei a agência para
trás, prometi a mim mesmo que procuraria ser mais comunicativo. Mais que
prometer, eu tomei uma atitude! Eu deixei para trás as famosas
“crenças limitantes” e disse “sim” para algo totalmente fora da minha zona de
conforto.
O Meetup de Mídias Sociais
evoluiu e hoje é um projeto que tem se mostrado como um marco positivo na minha
vida. Tudo porque eu disse “sim”! Conheço pessoas novas a cada edição, faço
muito networking e participo de várias reuniões presenciais. Agora, quando o
assunto é comunicação, me sinto o Neymar no PSG: recebo o passe e driblo o time
inteiro! Haha!
O conhecimento é o melhor
investimento
Sou um cara autodidata, sempre
busco aprender coisas novas sobre a minha área. Ela muda com frequência e está
em constante evolução, então tenho que estar ligado nas novas tecnologias para
entregar o melhor para os meus clientes.
O Meetup me ajudou a superar a
timidez e, de certa forma, a ser visto, mas eu ainda não sabia como lidar com a
questão do marketing pessoal – algo fundamental para qualquer profissional
(autônomo ou não).
Percebi que, diferente da minha
área de atuação, dessa vez eu precisaria de ajuda profissional. Eu precisava
investir em mim mesmo. Foi então que conheci o Matheus de Souza, o
terceiro brasileiro mais influente do LinkedIn. O cara tem vários
artigos publicados sobre o tema (como
esse aqui) e, recentemente, lançou um curso totalmente online sobre
“Marketing Pessoal e Produção de
Conteúdo no LinkedIn”. Fui um dos primeiros alunos e posso dizer que
suas dicas foram e estão sendo fundamentais na minha carreira como freelancer.
Tenho utilizado o LinkedIn como a principal ferramenta para gerar novos
negócios e até então meus resultados têm sido excelentes.
Além disso, um livro também me
ajudou muito.
Sabe quando o técnico aproveita
que o jogo está parado e chama o jogador na beira do gramado para dar uns
conselhos? O momento é esse!
Tem dificuldades para se
expressar e falar em público?
Então, vamos lá:
“TED
Talks”, escrito pelo presidente do TED, Chris Anderson, é um guia
para você falar em público.
Esse livro explica como alcançar
o feito de produzir uma fala marcante. Não há uma fórmula, já que nenhum
discurso deve ser igual a outro. Contudo, existem ferramentas que podem
garantir o desempenho de qualquer orador.
Talvez
a timidez ainda me drible duas ou três vezes
Conto tudo isso porque, muitas
vezes, ficamos paralisados quando encaramos o desconhecido. O tal do “eu não
sei fazer isso” nos impede de seguirmos em frente. Se eu dissesse “não” para a
Priscila, certamente não estaria aqui escrevendo este texto. Se eu colocasse em
minha cabeça que ser visto no LinkedIn é algo para poucos, certamente não teria
investido no curso do Matheus e fechado novos negócios desde então.
Bom, assim como o Daniel Alves,
encerro o texto te contando outro segredo.
Talvez a timidez ainda me drible
duas ou três vezes. Certo, tudo bem. Mas eu irei para cima
dela, também. Eu não
quero ser invisível. Eu quero o palco. E é dizendo “sim” e me aperfeiçoando que
faço isso.
Foi assim que driblei a timidez e
me tornei um profissional melhor.
Publicado em 14 de setembro de 2017
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Lucas Souza |
FONTE:https://www.linkedin.com/pulse/como-eu-driblei-timidez-e-me-tornei-um-profissional-melhor-souza?trk=eml-email_feed_ecosystem_digest_01-recommended_articles-12-Unknown&midToken=AQEbJRdFzLUhHg&fromEmail=fromEmail&ut=2OJ2EtpQfOZ7U1
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