sexta-feira, novembro 24, 2017

Na dúvida, o esporte manda


O novo capítulo da disputa entre os gigantes do universo streaming no esporte é a procura por contratos com clubes para mostrar os bastidores de uma temporada. Se o Netflix havia atacado com a Juventus, a Amazon contratacou com o Manchester City.
Só que os 8,5 milhões que a Amazon investiu para contar com o time de Pepe Guardiola em seu catálogo sofrerão um certo abalo. O treinador vetou a presença da equipe de filmagem no vestiário do time inglês durante os jogos.
Guardiola não quis abrir o vestiário para o público. O motivo? Muito provavelmente o mesmo que faz as empresas não abrirem suas estratégias comerciais para a concorrência. Imagine se uma marca abriria o desenvolvimento de novos produtos para pessoas estranhas ao ambiente de trabalho? É mais ou menos a mesma coisa que Guardiola impediu. No vestiário do time, nada de mostrar a estratégia...
O veto é o típico exemplo do que acontece no marketing esportivo. A estratégia de marketing perfeita nunca poderá ser maior do que a estratégia do esporte.
Isso é um ensinamento para marcas e até mesmo torcedores.
Muitas vezes, confunde-se o patrocínio esportivo a um ato de "compra" do patrocinado. O patrocinador acha que tem o direito de interferir em tudo, até no vestiário, que é a essência do esporte. Isso é o início da derrocada de um projeto de patrocínio.
O patrocinador precisa entender que sua ingerência no patrocínio limita-se a ter a propriedade e explorá-la ao máximo, respeitando todos os limites do esporte. Até mesmo um naming right não dá à marca o direito de interferir na estratégia do esporte.
E foi isso o que Guardiola fez. Não se pode, no marketing esportivo, o marketing ser maior do que o esporte. Por mais vital que seja para a estratégia da marca uma ação, ela não pode ser feita se for prejudicial ao clube.
Esse é um dos maiores desafios do esporte no mundo atual. A partir do momento em que o esporte abre o espaço para ser produtor de conteúdo, ele precisa entender os limites que precisam ser impostos nessa transformação em produto.
O maior desafio das marcas é saber se conectar com a paixão do torcedor para fazer valer o patrocínio esportivo. A grande dificuldade é entender o limite dessa apropriação do que o esporte pode oferecer como estratégia de comunicação.
O esporte sempre será maior do que o marketing.
Autor artigo: Erich Beting - CEO Máquina do Esporte
Publicado em14 de novembro de 2017
FONTE:https://www.linkedin.com/pulse/na-d%C3%BAvida-o-esporte-manda-erich-beting/?trk=eml-email_feed_ecosystem_digest_01-recommended_articles-7-Unknown&midToken=AQEbJRdFzLUhHg&fromEmail=fromEmail&ut=3TAdjmLnVIq801

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