O novo capítulo da disputa entre
os gigantes do universo streaming no esporte é a procura por contratos com
clubes para mostrar os bastidores de uma temporada. Se o Netflix havia atacado
com a Juventus, a Amazon contratacou com o Manchester City.
Só que os 8,5 milhões que a
Amazon investiu para contar com o time de Pepe Guardiola em seu catálogo
sofrerão um certo abalo. O treinador vetou a
presença da equipe de filmagem no vestiário do time inglês
durante os jogos.
Guardiola não quis abrir o
vestiário para o público. O motivo? Muito provavelmente o mesmo que faz as
empresas não abrirem suas estratégias comerciais para a concorrência. Imagine
se uma marca abriria o desenvolvimento de novos produtos para pessoas estranhas
ao ambiente de trabalho? É mais ou menos a mesma coisa que Guardiola impediu.
No vestiário do time, nada de mostrar a estratégia...
O veto é o típico exemplo do que
acontece no marketing esportivo. A estratégia de marketing perfeita nunca
poderá ser maior do que a estratégia do esporte.
Isso é um ensinamento para marcas
e até mesmo torcedores.
Muitas vezes, confunde-se o
patrocínio esportivo a um ato de "compra" do patrocinado. O
patrocinador acha que tem o direito de interferir em tudo, até no vestiário,
que é a essência do esporte. Isso é o início da derrocada de um projeto de
patrocínio.
O patrocinador precisa entender
que sua ingerência no patrocínio limita-se a ter a propriedade e explorá-la ao
máximo, respeitando todos os limites do esporte. Até mesmo um naming right não
dá à marca o direito de interferir na estratégia do esporte.
E foi isso o que Guardiola fez.
Não se pode, no marketing esportivo, o marketing ser maior do que o esporte.
Por mais vital que seja para a estratégia da marca uma ação, ela não pode ser
feita se for prejudicial ao clube.
Esse é um dos maiores desafios do
esporte no mundo atual. A partir do momento em que o esporte abre o espaço para
ser produtor de conteúdo, ele precisa entender os limites que precisam ser
impostos nessa transformação em produto.
O maior desafio das marcas é
saber se conectar com a paixão do torcedor para fazer valer o patrocínio
esportivo. A grande dificuldade é entender o limite dessa apropriação do que o
esporte pode oferecer como estratégia de comunicação.
O esporte sempre será maior do
que o marketing.
FONTE:https://www.linkedin.com/pulse/na-d%C3%BAvida-o-esporte-manda-erich-beting/?trk=eml-email_feed_ecosystem_digest_01-recommended_articles-7-Unknown&midToken=AQEbJRdFzLUhHg&fromEmail=fromEmail&ut=3TAdjmLnVIq801
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