quarta-feira, julho 12, 2017

Reforma trabalhista


Férias, horário e almoço: entenda 12 pontos da reforma trabalhista


O Senado aprovou a reforma trabalhista na noite desta terça-feira (11). O texto havia sido aprovado pela Câmara em abril e não sofreu alterações pelos senadores. Agora, segue para sanção do presidente Michel Temer. As mudanças devem entrar em vigor 120 dias após a publicação da lei no Diário Oficial da União.
A reforma ainda pode sofrer modificações? Sim. Um acordo feito entre governo e parlamentares prevê que alguns pontos polêmicos sejam vetados por Temer ou modificados por meio de medida provisória. Esse acordo foi anunciado pela primeira vez no relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que sugeriu alterar seis pontos.
O que diz quem é a favor da reforma? O governo e defensores da reforma afirmam que o projeto moderniza as leis trabalhistas e vai gerar empregos.
O que diz quem é contra a reforma? A oposição afirma que a reforma retira direitos dos trabalhadores e vai prejudicar as condições dos empregados. 
Confira abaixo 12 pontos da reforma trabalhista.




ACORDO COLETIVO COM FORÇA DE LEI

Um dos pontos centrais da reforma é que os acordos coletivos de trabalho definidos entre as empresas e os representantes dos trabalhadores poderão se sobrepor às leis trabalhistas definidas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

O texto lista alguns pontos específicos em que isso valeria, que dizem respeito à jornada de trabalho e salário, por exemplo.




O QUE NÃO PODE MUDAR

O texto define uma lista de pontos da CLT que não podem ser retirados ou mudados por convenção coletiva:

  • Não podem ser alteradas normas de saúde, segurança e higiene do trabalho.
  • Não podem mexer também no pagamento do FGTS, 13º salário, seguro-desemprego e salário-família, que são benefícios previdenciários.
  • Ficam de fora, ainda, o pagamento do adicional por hora extra, licença-maternidade de 120 dias e aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.




JORNADA DE TRABALHO

A jornada de trabalho pode ser negociada, observando os limites constitucionais. Hoje, a jornada padrão é de 8 horas por dia, com possibilidade de 2 horas extras. A jornada semanal é de, no máximo, 44 horas.
Outra modificação é na jornada parcial. Atualmente, a lei prevê jornada máxima de 25 horas por semana sem hora extra nessa modalidade. A reforma cria duas opções: contrato de até 30 horas semanais, sem horas extras, ou de até 26 horas semanais, com até 6 horas extras.
Hoje, o trabalhador nesse tipo de jornada tem direito a férias proporcionais de, no máximo, 18 dias; a proposta prevê 30 dias de férias.
A reforma também oficializa a jornada 12 x 36, em que o funcionário trabalha 12 horas e folga nas 36 horas seguintes. Esse, porém, é um ponto que o relator Ricardo Ferraço sugeriu que seja modificado por Temer.




INTERVALO PARA ALMOÇO

O intervalo dentro da jornada de trabalho poderá ser negociado, desde que tenha, no mínimo, 30 minutos nas jornadas maiores do que seis horas. O tempo mínimo atualmente é de 1 hora.
Apesar de constar no texto final aprovado, esse trecho também pode ser vetado por Temer. Em seu parecer, Ferraço disse que a discussão sobre o intervalo não está "madura" e que pode prejudicar as condições de trabalho.




FÉRIAS

As férias poderão ser divididas em até três períodos de descanso. Nenhum deles pode ser menor do que cinco dias corridos, e um deve ser maior do que 14 dias corridos. Além disso, as férias não podem começar nos dois dias antes de um feriado ou do dia de descanso na semana.




FERIADOS

Os acordos coletivos também poderão determinar a troca do dia de feriado. Um feriado na quinta-feira poderia ser mudado para sexta-feira, por exemplo, impedindo a folga na quinta e na sexta-feira (dia enforcado). A folga seria só na sexta.




BANCO DE HORAS

 

Atualmente, a criação de um banco de horas para contar horas extras trabalhadas só pode ser definida por um acordo ou convenção coletiva. Isso não pode ser decidido individualmente entre o patrão e o empregado. A reforma modifica isso, liberando o banco de horas por acordo individual.
Segundo o texto da reforma, se o banco de horas não for compensado em seis meses, essas horas terão de ser pagas como horas extras, com um adicional de 50% ao valor.




TRABALHO INTERMITENTE


A reforma cria o trabalho intermitente, que permite a contratação de funcionários sem horários fixos de trabalho, ganhando de acordo com o tempo que trabalharem.
Nesse caso, o funcionário não tem a garantia de uma jornada mínima. Se for chamado pelo patrão para trabalhar por cinco horas no mês, recebe apenas por essas cinco horas. Se não for chamado, não recebe nada. Além do pagamento pelas horas, ele teria direito ao pagamento proporcional de férias, FGTS, INSS e 13º salário.
Profissões que têm uma legislação trabalhista específica, como os aeronautas, não podem estabelecer o contrato intermitente.
Ferraço também sugeriu que isso seja vetado por Temer e regulamentado por medida provisória, que "deve conceder salvaguardas necessárias para o trabalhador e talvez delimitar setores em que este tipo de jornada vai ser permitido", de acordo com seu relatório.






GESTANTES

A reforma trabalhista prevê a possibilidade de grávidas trabalharem em condições insalubres, ou seja, que podem fazer mal à saúde, como barulho, calor, frio ou radiação em excesso, desde que a insalubridade seja de grau mínimo ou médio, e que elas apresentem um atestado médico permitindo. Atualmente, isso é proibido.
No caso em que a insalubridade for de grau máximo, a grávida continua impedida de trabalhar no local, tendo de ser transferida para outra função.
Mulheres que estão amamentando poderão trabalhar em locais insalubres, independentemente do grau, desde que tenham o atestado médico. Hoje, isso não é permitido.
Ferraço propõs que isso seja modificado por Temer porque "o dispositivo como está implicaria abrir espaço para abusos contra mulheres menos esclarecidas, com menor poder de barganha e em ambientes mais insalubres e desprotegidos do que os hospitais". 




IMPOSTO SINDICAL

A proposta também acaba com a obrigatoriedade do imposto sindical, que passa a ser opcional.
Atualmente, todos os trabalhadores devem pagar, no mês de março, o imposto que equivale a um dia de trabalho por ano. Esse valor é destinado ao sindicato de sua categoria.
Apesar de não ter sido citado no relatório de Ferraço, o governo pode modificar esse ponto também. O texto da reforma determina que a obrigatoriedade deixa de valer imediatamente, mas o governo estuda a possibilidade de que essa mudança seja gradual, sob pressão de grupos sindicais.




HOME OFFICE

A reforma regulamenta o teletrabalho, conhecido como home office, quando o funcionário trabalha à distância --de sua casa, por exemplo.
Entre outras medidas, ele determina que o home office deve constar no contrato de trabalho, assim como as atividades do trabalhador, e que a jornada do funcionário nessa situação não tem limite máximo definido por lei. O contrato deve estipular de quem é a responsabilidade pelos custos e manutenção do material usado no trabalho.




TERCEIRIZAÇÃO

Em março, o presidente Michel Temer sancionou o projeto de lei que libera a terceirização em qualquer atividade da empresa. A proposta de reforma trabalhista também trata da questão, complementando a nova lei.
Para evitar que trabalhadores sejam demitidos e, em seguida, recontratados como terceirizados pela mesma empresa, o texto da reforma determina que é necessário esperar, no mínimo, 18 meses para poder contratar novamente o mesmo empregado.



terça-feira, julho 11, 2017

15 coisas que ninguém deve fazer antes de ir para a cama



Ter uma boa noite de sono é essencial para garantir disposição, energia e concentração no dia seguinte. Mas, infelizmente, muitos de nós não conseguem dormir as 8 horas recomendadas por noite, principalmente porque estamos acostumados a manter hábitos extremamente prejudiciais em nossa rotina noturna. Para ajudá-lo a dormir mais e melhor, separamos aqui 15 coisas que ninguém deve fazer antes de ir para a cama. Confira a lista e tente evitar estes comportamentos durante a noite.
Com uma mudança de padrões, você pode ter o sono restaurador que merece!
15 comportamentos que prejudicam a qualidade do sono
1. Beber cafeína - Beber cafeína pode ser vital para ficar acordado de manhã, mas o consumo nunca deve ser feito durante a noite. O café altera o padrão de sono e atua como um estimulante. Quando consumida algumas horas antes de dormir, a bebida age como uma droga psicoativa.
2. Fumar - Uma pesquisa descobriu que as pessoas que fumam antes de irem para a cama têm padrões de sono prejudiciais. De acordo com o estudo do The Active Times, o tabagismo aumenta a pressão arterial e atua como um estimulante.
3. Comer antes de ir para a cama - Uma pesquisa mostrou que ir para a cama logo depois de uma refeição resulta em uma noite inquieta e desagradável, com episódios de azia e problemas digestivos. Tente comer pelo menos 2 horas antes de se deitar.
4. Praticar exercício físico - Exercícios de cardio e peso fazem o corpo ficar em estado de alerta, com altos níveis de adrenalina. Não pratique este tipo de atividade antes de dormir.
5. Manter a temperatura do quarto elevada - Temperaturas mais baixas ajudam as pessoas a dormirem mais e melhor. Por isso, não mantenha o aquecedor ligado durante a noite toda. Temperaturas elevadas prejudicam o sono.
6. Beber água - É importante evitar o consumo excessivo de água no final da noite, já que isso pode resultar em muitas viagens ao banheiro durante a madrugada, o que obviamente atrapalha o sono.
7. Olhar o telefone - Checar o smartphone antes de dormir é muito prejudicial para o sono. Pesquisas descobriram que o usuário de smartphone verifica seu telefone 85 vezes por dia. A luz nos perturba e tira o nosso sono.
8. Jogar videogame - Jogar videogames no período da noite atrapalha o sono. Esse meio visual estimula o cérebro e nos deixa em estado de alerta.
9. Trabalhar na cama - É importante ter equilíbrio entre trabalho e vida. E trabalhar na cama certamente não vai ajudar a alcançar esse equilíbrio. Não estimule seu cérebro com trabalho antes de dormir.
10. Tomar banho - O banho no período noturno faz com que as pessoas se sintam mais acordadas. Evite entrar no chuveiro antes de dormir.
11. Comer chocolate - O chocolate deve ser evitado para que consigamos melhorar nossos padrões de sono. Alguns chocolates podem conter níveis relativamente elevados de cafeína.
12. Assistir filmes de terror - Assistir filmes e programações assustadoras durante a noite não é recomendado. Uma pesquisa mostrou que o cérebro se mantém em alerta depois de ver algo desagradável.
13. Tomar certos medicamentos - A maioria dos medicamentos consumidos pouco antes de ir para a cama pode ter efeitos adversos para o sono. Converse com um médico sobre o assunto.
14. Brigar com o parceiro - Brigar com o parceiro e discutir a relação são comportamentos proibidos no período da noite. As brigas aumentam os níveis de pressão arterial e causam insônia.
15. Dormir com as luzes acesas - Nunca deixe as luzes acesas antes de dormir. A claridade retarda o processo do sono. 

segunda-feira, julho 10, 2017

Brasil é campeão de ações trabalhistas no mundo?

Dados são inconclusivos 
Durante as discussões sobre a reforma trabalhista no Congresso, uma afirmação foi repetida diversas vezes: a de que o Brasil é o país com o maior número de processos trabalhistas no mundo.

Defensores da reforma afirmam que um dos objetivos do projeto é diminuir esse número, já que ele muda regras para entrar com uma ação do tipo na Justiça.

A afirmação de que o Brasil lideraria esse ranking foi feita pelo presidente Michel Temer, em entrevista à TV Bandeirantes, em abril.

O relator da reforma da Câmara dos Deputados, Rogério Marinho (PSDB-RN), afirmou o mesmo em seu parecer, dizendo que o Brasil é "campeão de ajuizamento de ações trabalhistas em todo o mundo", sem citar a fonte. O parecer, assim como o texto da reforma, foi votado e aprovado pela Câmara.

No Senado, o parecer do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) cita um dado ainda mais chamativo: o Brasil concentraria 98% das ações do tipo no mundo.

O UOL procurou dados que sustentassem ou não essas afirmações.

País tem o maior número de ações trabalhistas no mundo?
A resposta a essa pergunta é inconclusiva. O UOL não encontrou dados precisos que possibilitem afirmar isso.A Justiça do Trabalho recebeu 3,9 milhões de novos processos em 2016 e atualmente há 2,5 milhões de processos em tramitação no Brasil, segundo estatísticas do TST (Tribunal Superior do Trabalho).O Tribunal, porém, diz não ter dados para verificar se o Brasil é o país com o maior número de ações, porque nem todos os países têm a Justiça do Trabalho como um ramo específico de Justiça. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça)  também afirma que não tem dados comparativos entre países.A OIT (Organização Internacional do Trabalho) afirma que "não tem conhecimento da existência de dados que comparem o número de ações trabalhistas em diferentes países" e que "tal comparação não é possível considerando as enormes diferenças entre leis trabalhistas, sistemas jurídicos e disponibilidade de estatísticas nos diferentes países". 

Temer diz que número de ações trabalhistas no Brasil é "o maior do mundo"


Para professor, Brasil é o campeão
O sociólogo José Pastore, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), afirma que o Brasil é o campeão no quesito e levantou números de 18 países para sustentar a informação. Os números listados por ele, porém, são absolutos, ou seja, não são comparados com o tamanho da população ou da força de trabalho dos países. Além disso, os dados não são do mesmo ano.

Veja a lista de quantidade de novos casos ao ano por país, segundo o professor Pastore:
  • Brasil: 3,9 milhões (2016)
  • Alemanha: 593 mil (2007)
  • Itália: 324 mil (2001)
  • Polônia: 302 mil (2002)
  • Espanha: 199 mil (2002)
  • Holanda: 139 mil (2002)
  • Estados Unidos: 110 mil (2016)
  • Reino Unido: 98 mil (2003)
  • Portugal: 75 mil (2004)
  • França: 52 mil (2002)
  • Romênia: 30 mil (2003)
  • Hungria: 30 mil (2003)
  • Áustria: 24 mil (2004)
  • Bulgária: 14 mil (2003)
  • Letônia: 8.500 (2003)
  • Eslovênia: 4.500 (2003)
  • Japão: 3.500 (2009)
  • Eslováquia: 2.600 (2008)
  • Dinamarca: 1.500 (2004) 
Para Pastore, que também é presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomercio-SP, o fato de não ter sido comparado o número de ações com o de trabalhadores de cada país não afeta sua conclusão. "São números (de ações em outros países) muito pequenos. Mesmo tendo força de trabalho pequena, como é o caso de Eslovênia, Bulgária, Hungria, o número de ações por 100 mil trabalhadores é irrisório nesses países", afirma.

Ele também afirma que os números são de anos diferentes, pela dificuldade em encontrar dados sobre o assunto. "Todo dia eu estou catando dados para ver se acho dados mais recentes. Eu vou atualizando as minhas estatísticas à medida que vou achando. Mas o que eu tenho de mais recente são esses", disse.


Números são contestados
Pastore admite que a dificuldade em reunir dados sobre o assunto não permite dar um "quadro rigoroso" sobre os números de ações trabalhistas, mas que, mesmo assim, é possível afirmar que o Brasil é o que possui mais ações. "Não posso dizer que esses dados dão um quadro absolutamente rigoroso porque não tenho o dado recente. Agora, se você pegar o dado do Brasil de 2001, 2002, 2004, 2005, já estava na casa dos 2 milhões, 2,5 milhões", afirma. "É uma coisa estratosférica o número de ações no Brasil."
Cássio Casagrande, professor de Direito Constitucional Comparado Brasil-EUA da Universidade Federal Fluminense, porém, questiona a fonte das informações usadas por Pastore e afirma que não há um dado preciso ou confiável sobre o número total de ações trabalhistas nos EUA.
As 110 mil ações trabalhistas no país norte-americano em 2016 citadas por Pastore se referem apenas à esfera federal, mas as pessoas podem escolher aonde entrar com a ação, se na federal ou estadual, segundo Casagrande.
O professor Casagrande diz que a Justiça Federal dos EUA recebe 1,5 milhão de processos por ano, somando todos os tipos de ações, enquanto são protocolados 30 milhões de novos processos na Justiça dos Estados.

Brasil tem 98% das ações trabalhistas no mundo?
Entre os números citados por parlamentares durante as discussões sobre a reforma no Congresso, um chama a atenção pelo tamanho: o Brasil concentraria 98% das ações trabalhistas do mundo todo.

Citando o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso, o senador Ricardo Ferraço colocou esse dado em seu parecer para a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), que foi aprovado em votação, e também no que apresentou à CAS (Comissão de Assuntos Sociais), onde foi rejeitado.

O texto de Ferraço foi apresentado no dia 23 de maio à CAE, o primeiro dos dois relatórios, e trazia a frase:

Segundo o Ministro da Suprema Corte Luís Roberto Barroso, em declaração recente, o país é responsável por 98% das ações trabalhistas do planeta, tendo apenas 3% da população mundial. Todos os anos, produzimos mais ações judiciais na área do que a soma de outros países.

Senador Ricardo Ferraço, em texto do parecer favorável à reforma trabalhista

Dez dias antes, em 13 de maio, o jornal "Folha de S.Paulo" fez uma reportagem sobre palestra do ministro Barroso no "Brazil Forum UK", no Reino Unido.

O texto da Folha diz: "Ele (Barroso) comentou que o Brasil, sozinho, é responsável por 98% dos processos trabalhistas em todo o planeta -o país tem 3% da população mundial".

Na apresentação, que pode ser assistida em vídeo, Barroso diz:

Uma brevíssima referência, para encerrar, à reforma trabalhista. De novo, a gente na vida tem que trabalhar com fatos e não com escolhas ideológicas prévias. O Brasil, sozinho, tem 98% das reclamações trabalhistas do mundo.

Luís Roberto Barroso, em palestra no Reino Unido

Adiante na apresentação, Barroso acrescenta: "Há alguma coisa errada num sistema em que o Brasil sozinho tem mais reclamação trabalhista do que o mundo inteiro".  

Brasil tem 98% das ações trabalhistas do mundo, diz ministro Barroso


O UOL entrou em contato com o gabinete do ministro para saber a fonte da informação usada por ele.
O gabinete afirmou que Barroso a leu em uma entrevista dada em abril de 2016 por Flávio Rocha, presidente da rede de lojas Riachuelo, publicada pela revista "Um Brasil". Também encaminhou documento com o texto escrito por Barroso para ser usado como referência em sua apresentação no Reino Unido.
O que foi escrito, porém, é diferente do que foi falado pelo ministro na palestra:

Há pouco tempo, também, li uma entrevista do Presidente das Lojas Riachuelo, Flávio Rocha, em que ele afirmou o seguinte: 'O Brasil, com 2% da população mundial, gera mais ações trabalhistas que os restantes 98% do mundo'

Luís Roberto Barroso, em texto usado como referência para a apresentação

Na entrevista citada pelo gabinete do ministro, Flávio Rocha afirma:

O Brasil, com 2% da população mundial, gera mais ações trabalhistas, por incrível que pareça, do que os restantes 98% do mundo. Alguma coisa está errada.

Flávio Rocha, presidente da Riachuelo

O executivo, porém, não diz a fonte do dado, que ele usou também em entrevistas a outros veículos de comunicação. O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa da Riachuelo, que não informou onde consta o dado, até a publicação desta reportagem.

Dessa maneira, a ideia de que o Brasil é o país com mais ações trabalhistas se transformou em uma afirmação de que 98% dos processos trabalhistas do mundo estão no Brasil.

Para professor, conta não fecha
Ainda assim, é possível que o Brasil tenha 98% das ações do mundo? Segundo o professor Cássio Casagrande, não. Para explicar isso, ele cita uma conta simples.

Como dito anteriormente, o Brasil teve 3,9 milhões de novas ações trabalhistas em 2016. Caso isso represente 98% das ações do mundo, restariam apenas 80 mil ações (ou 2%), para todos os demais países do mundo. Aproximadamente 400 ações por país.

Levando-se em conta apenas os 2,5 milhões de processos trabalhistas atualmente em tramitação no Brasil, de acordo com o TST, o número é ainda menor: restariam 50,2 mil processos no resto do mundo.

O professor, que também é procurador do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro, afirma que não há estudo que embase essas afirmações
 

No Dia da Pizza, as pessoas estão discutindo a liberação do catchup


O Dia da Pizza é comemorado nesta segunda-feira (10), mas quem está mesmo sendo o protagonista das discussões na web é ele, o mais que controverso catchup.
Divulgação Catchup na pizza: curte ou não curte?

Acontece que, em diversos lugares do Brasil, como em São Paulo, por exemplo, segunda cidade que mais consome pizza no mundo, colocar o condimento nessa iguaria apaixonante é um pecado capital.
Só que, segundo os defensores do catchup, não existe nada mais tradicional que espalhar esse molho também muito tradicional em uma fatia coberta de mussarela e azeitonas. Dizem que até na Itália eles possuem esse costume.
Ou seja, a liberação do catchup na pizza está sendo discutida na web com mais seriedade que qualquer pasta que foi levada ao plenário do Congresso nos últimos anos. Veja os argumentos e escolha seu lado


Homem usa ‘hand spinner’ para tocar um baixo e descobre sua real finalidade


Você já viu um vídeo em que um cara toca algumas músicas do Red Hot Chilli Peppers usando uma pimenta? Não? Pô, confere aqui, porque é muito legal!Então, esse mesmo sangue bom resolveu usar um hand spinner (a nova onda da moçada) para tocar o seu baixo.
E não é que o resultado foi satisfatório? Acho que, finalmente, encontramos a grande utilidade desse intrigante objeto!


Sucesso de ‘Despacito’ impulsiona recuperação econômica de Porto Rico


Quando dizem que a música pode mudar o mundo, talvez estejam falando de exemplos como esse. Há apenas 2 meses, Ricardo Rosselló, governador de Porto Rico, declarou falência do Estado Livre para conseguir vencer uma dívida de US$ 70 bilhões.Agora, parece que a coisa mudou de figura. E tudo por causa de uma música.
O sucesso global de Despacito, de Luis Fonsi e Daddy Yankee, aumentou em 45% o interesse de pessoas em conhecer o lugar onde as estrelas nasceram.
E, segundo o jornal Un Nuevo Dia, isso só foi possível graças ao trecho “this is how we do it down in Puerto Rico” (é assim que fazemos lá em Porto Rico), única parte da música em que o país é citado, além do clipe ter sido filmado em lugares absolutamente atraentes da região.
Segundo o jornal, agências de turismo de Porto Rico passaram a incluir esses lugares no giro pelo local, como o Club La Factoría, em San Juan. O próprio Luis Fonsi reagiu nas redes sociais ao saber da notícia. “Que alegria ler isso na mídia internacional. Porto Rico é o verdadeiro protagonista dessa música e desse vídeo”, escreveu ele.



A poderosa mulher com corpo inteiro tatuado que viveu há 1700 anos no Peru e teve rosto reconstruído


Cientistas 'leram' crânio de múmia encontrada há 12 anos com laser e recriaram face com impressora 3D; acredita-se que Senhora do Cao era uma importante figura em civilização
Seus restos mortais foram encontrados há 12 anos em meio às ruínas de uma pirâmide de ladrilhos de barro no norte do Peru.
Agora, pesquisadores revelaram, pela primeira vez, como era o rosto da mulher que obrigou historiadores a reformular o conhecimento sobre as estruturas de poder de uma antiga civilização local.
Até ela ser descoberta, os especialistas acreditavam que só homens haviam desfrutado de posições de poder na cultura moche, na era pré-colombiana, entre 100 e 700 d.C., que floresceu no vale de Chicama, no noroeste do Peru, séculos antes do incas.
Réplica do rosto da Senhora do Cao, múmia encontrada em sítio arqueológico do Peru (Foto: REUTERS/Guadalupe Pardo)
Mas, a julgar pela tumba da Senhora do Cao, como a múmia é conhecida, ela foi uma mulher de grande poder e status social.
Seu corpo mumificado foi encontrado envolto em panos, ao lado de uma coroa e rodeado por objetos de ouro e cobre - e por armas, inclusive de guerra - na pirâmide de Huaca Cao Viejo, próximo à cidade de Trujillo.



sexta-feira, julho 07, 2017

Por que os chimpanzés são tão mais fortes que os seres humanos

Segundo pesquisa, o principal motivo é que os chimpanzés têm uma proporção maior de um tipo de fibra muscular



Os chimpanzés são os parentes "mais próximos" do homem, mas é notório que eles são mais fortes do que os seres humanos. Um novo estudo feito na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, se dedica a investigar as razões para isso.
Segundo a pesquisa, o principal motivo é que os chimpanzés têm uma proporção maior de um tipo de fibra muscular que permite movimentos mais rápidos e poderosos.

Estudos anteriores sugeriam que a razão para os chimpanzés serem mais fortes era mecânica. Mas a diferença de força, esclarece a nova pesquisa, não é tão grande quanto se acredita popularmente: em média, os chimpanzés são 1,5 vezes mais fortes do que os humanos quando se dedicam a tarefas como empurrar ou saltar.
Matthew C. O'Neill e seus colegas da universidade americana analisaram diversos estudos de desempenho muscular dos chimpanzés.
"Era algo que precisávamos fazer antes de entrar no tema principal da nossa pesquisa", afirmou à BBC.
O'Neil e sua equipe também mediram as propriedades das fibras musculares dos chimpanzés que haviam sido congelados depois de mortos.
"Queríamos entender as propriedades básicas dos músculos esqueléticos do chimpanzé e descobrir se elas eram diferentes dos músculos humanos."
Juntamente com o músculo cardíaco e o músculo liso (que está em órgãos como bexiga e útero, além dos vasos sanguíneos), o músculo esquelético é um dos três principais tipos de músculo, e é em grande parte ligados aos ossos por feixes de colágeno conhecidos como tendões.
"O que descobrimos é que não havia uma diferença nas propriedades de contração fundamentais nas fibras musculares do chimpanzé e do homem", disse O'Neil.
No entanto, eles encontraram diferenças essenciais ao longo dessas fibras - as dos chimpanzés são maiores - e na distribuição dos diferentes tipos de fibra musculares.
Rápido x Lento
Os chimpanzés têm o dobro de fibras musculares de contração rápida. Como o próprio nome indica, esse tipo de fibra se contrai rapidamente e é útil para os movimentos como, por exemplo, correr a toda velocidade.
Mas essas fibras têm uma desvantagem: elas "se cansam" muito rápido.
Por outro lado, os músculos nos humanos estão dominados pelas fibras musculares de contração lenta, que se contraem mais devagar, porém aguentam mais impacto.
Elas são úteis em atividades que exigem resistência.
As simulações por computador mostram que essas diferenças aumentam a força dinâmica máxima e a capacidade de produção de energia do músculo esquelético do chimpanzé em um 1,35 em comparação com um músculo humano de tamanho similar.
O número é bem parecido com os dados encontrados pela equipe de O'Neil em pesquisas anteriores, mostrando que chimpanzés são cerca de 1,5 vezes mais fortes.
Resistência
Na verdade, a predominância das fibras de contração rápida parece ser a "norma" nos mamíferos, desde ratos até cavalos.
O único animal que tem uma proporção deste tipo de fibra semelhante à dos humanos desse tipo de fibra é o loris-lento, um primata noturno nativo do Sul da Ásia.
Para os pesquisadores, isso é uma evolução, provavelmente na linhagem que leva aos humanos depois que eles foram separados da linhagem ancestral que deu origem aos chimpanzés.
As fibras musculares mais curtas e a maior porcentagem de fibras de reação lenta nos humanos podem ter aumentado sua capacidade de resistência.
Essas mudanças podem ter coincidido com as mudanças na locomoção humana, na medida em que nossos ancestrais aprenderam a caminhar eretos e se viram obrigados a percorrer maiores distâncias para conseguir alimento.
Se isso estiver certo, ainda falta esclarecer por que a predominância das fibras de contração lenta nos humanos se estenda tanto ao tronco quanto à parte inferior do corpo.
Uma possibilidade é que a distribuição dos diferentes tipos de fibras musculares no corpo também seja determinada por fatores genéticos. Mas para responder essa pergunta, disse O'Neill, ainda falta mais pesquisa.
 

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