Celso Roberto é lembrado com carinho como um dos grandes nomes do futebol mineiro dos anos 1980, especialmente por sua passagem marcante pelo Araxá Esporte Clube e sua ligação afetiva com Uberaba e Araxá.
Relembrar Celso Roberto é celebrar o futebol raiz, aquele que nasce nos campos de terra, nos estádios acanhados, mas que carrega a grandeza de quem joga com o coração. Sua trajetória é um lembrete de que o futebol mineiro é feito de histórias humanas, de paixão e de legado.
Nascido
em Uberaba, Celso Roberto foi levado ainda criança para morar
em Araxá, acompanhando os passos do pai, militar de profissão. Cresceu entre os
encantos da região dos lagos, no Barreiro, onde a paixão pelo esporte começou a
pulsar forte. Na Escola Estadual Eduardo Montandom, onde iniciou seus estudos,
ele era considerado o melhor jogador de futebol dentre todos os alunos, sendo o
responsável por jogar e garantir a vitória em jogos da categoria contra outras
escolas do município. Até hoje, Celso Roberto tem a fama de ter sido o melhor
jogador de futebol que estudou naquela escola.
Aos 15 anos de idade, seu pai recebeu a notícia de que deveria retornar à cidade de Uberaba para prestar serviços de militar naquela cidade. Foi nesse reencontro com suas raízes, em sua terra natal, que Celso Roberto viveu sua primeira grande oportunidade: vestir a camisa do time Juvenil do tradicional Esporte Clube Fabrício.
Ali, entre os muros familiares e os campos que pareciam guardar ecos da infância, Celso começou a traçar seu caminho nos gramados. Cada treino, cada chute, cada tarde sob o sol do Triângulo Mineiro carregava o brilho de um sonho que nascia — e que, aos poucos, ganhava forma, ser um dia um jogador profissional.
A trajetória de Celso Roberto no futebol profissional começou com brilho no Uberaba Sport Clube. Ainda jovem, atuando como lateral-direito, já demonstrava talento, garra e personalidade em campo. Em 1981, após uma campanha marcante no Campeonato Mineiro, foi consagrado como o melhor lateral-direito da competição, recebendo o prestigiado Troféu Guará, o "Oscar" do campeonato mineiro.
O reconhecimento teve um sabor especial: Celso Roberto foi o único jogador premiado vindo de um clube do interior, enquanto os demais escolhidos pertenciam às potências da capital — Cruzeiro, Atlético e América. Seu desempenho foi tão impactante que superou até o renomado Nelinho, ídolo nacional, que ficou com o segundo lugar. Era o início de uma carreira que já nascia com a marca da superação e do talento genuíno.
Em 1981, depois de conquistar o Troféu Guará pelo Uberaba Sport, Celso Roberto viveu um dos maiores saltos de sua carreira ao se transferir para o Cruzeiro Esporte Clube, bicampeão da América. As primeiras oportunidades surgiram em jogos nos estádios do Independência e no Mineirão, seu ritmo firme e a elegância nos cruzamentos logo chamaram a atenção, abrindo-lhe as portas para integrar a equipe principal e participar de excursões internacionais e experiências que iam muito além dos campos brasileiros.
Vestindo o azul estrelado, ele:
- Conheceu estádios na Argentina e no Uruguai, encarando rivais sul-americanos que apimentaram seu lema de “jogar de peito aberto”.
- Vivenciou a estrutura profissional de um gigante, da preparação física às rotinas táticas, ampliando sua visão de jogo.
- Fortaleceu laços de amizade com companheiros e comissão técnica, colecionando histórias para contar.
Além do Cruzeiro, Celso Roberto fez sua marca percorrendo o Brasil em outros clubes:
- Vitória (BA): adaptou-se ao calor baiano e ao estilo de jogo ofensivo do Nordeste.
- Tupi (MG): reencontro com o espírito mineiro, retribuindo o carinho da torcida alvinegra.
- Nacional (MG): fase madura, trazendo experiência e liderança ao clube da cidade onde ele nasceu
Encerrada a carreira profissional, Celso Roberto decidiu que era hora de voltar às suas raízes. Mudou-se para Araxá, cidade vizinha que o acolheu por alguns anos, permitindo-lhe desacelerar o ritmo e refletir sobre cada passo dado nos gramados.
O reencontro com o dia a dia fora dos campos trouxe novos desafios: adaptar-se a uma rotina mais tranquila, redescobrir velhos amigos e se envolver em projetos locais. Mesmo longe dos holofotes, Celso manteve viva a paixão pelo futebol, participando como voluntário em escolinhas e batendo um papo com jovens que sonhavam em seguir seus passos.
Anos depois, o destino o trouxe de volta a Uberaba, palco de seus primeiros gols e troféus. Aqui, ele reencontrou o aconchego da família, o carinho dos torcedores e a sensação de pertencer a um lugar que sempre carregou no coração. É em Uberaba que Celso reside até hoje, construindo uma nova fase marcada pelo legado que deixou dentro e fora de campo.
A história de Celso Roberto é mais do que uma trajetória esportiva: é um retrato de superação, humildade e amor pelo futebol. Um exemplo que permanece vivo na memória de quem acompanhou seus passos e que inspira novas gerações a acreditarem que, mesmo diante dos desafios, talento e determinação podem abrir caminhos extraordinários.
Se quiser reviver mais detalhes dessa época, há registros e memórias compartilhadas por apaixonados pelo futsal de Araxá, como no Blog do Aurelio Ribeiro
UM POUCO DE SUA HISTÓRIA REGISTRADA
EM FOTOS DA ÉPOCA
O Uberaba Sport Club, fundado em 15 de julho de 1917, é um dos clubes mais tradicionais do Triângulo Mineiro, com títulos importantes como o tricampeonato da Taça Minas Gerais e o pentacampeonato do Campeonato Mineiro do Interior.
Em 2025, disputa o Módulo II buscando o acesso à elite estadual. O Uberaba Sport Club, carinhosamente chamado de Colorado ou Zebu, é um símbolo esportivo da cidade de Uberaba.
Com mais de um século de história, o clube tem uma forte ligação com a comunidade local e uma torcida apaixonada que acompanha o time no Estádio Uberabão, com capacidade para mais de 15 mil pessoas.
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Em pé: Diron, Machado, Santos, Figueroa, Dario e Carmelito Agachado: Ilton, Celso Roberto, Jair, Aender e Luiz Carlos
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Em pé: Luiz Alberto, Goiano, Pereira, Rubinho e Celso Roberto Agachado: Carlaile, César, Barrão, Acácia e Vandinho |

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Em pé: Daniel, Dorasi, Pereira, Figueroa, Edson Lobão Agachados: Ricardo, Celso Roberto, Barrão, Serginho e Vandinho |
Fundado em 2 de janeiro de 1921 como Societá Sportiva
Palestra Itália, o clube mudou de nome para Cruzeiro Esporte Clube em 1942,
durante a Segunda Guerra Mundial, por imposição do governo brasileiro. Desde
então, tornou-se uma potência do futebol nacional e internacional.
O Cruzeiro Esporte Clube, fundado em 1921 em Belo Horizonte,
é um dos clubes mais vitoriosos do futebol brasileiro, com destaque para suas
conquistas nacionais e internacionais, incluindo duas Copas Libertadores e
quatro Campeonatos Brasileiros.
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Em pé: Celso Roberto, Mauro, Ozires, Zezinho Figueroa, Luiz Cosme e Luiz Antonio Agachados: Ricardo, Douglas, Sávio, Tostão e Jesum |
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Em pé: Mauro, Luiz Antônio, Celso Roberto, Ozires, Zezinho Figueroa e Luiz Cosme Agachados: Edson, Tostão, Eudes e Jesum |
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Em pé: Celso Roberto, Eduardo Lobinho, Zezinho Figueroa, Ozires, Luiz Antonio e Luiz Gosme Agachados: Edson, Douglas, Luiz Carlos, Tostão e Jseum |
O
Tupi Football Club, fundado em 26 de maio de 1912 em Juiz de Fora, é um dos
clubes mais tradicionais de Minas Gerais e foi campeão da Série D do Campeonato
Brasileiro em 2011.
O Tupi é carinhosamente conhecido como Galo Carijó, uma homenagem ao seu fundador Antônio Maria Júnior, apelidado de Carijó.
O clube representa a Zona da Mata mineira e tem uma rica história no futebol estadual e nacional.
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Em pé: Ricardo, Carlos, Izidoro, Celso Roberto, Geraldo e Simão Agachados: Edinho, Teófilo, Carlos Adão e Vitor |
O Nacional Futebol Clube de Uberaba foi fundado em 1º de agosto de 1944 e é reconhecido por sua tradição regional e torcida apaixonada, embora seus títulos sejam estaduais, não nacionais.
O Nacional Futebol Clube, também conhecido como Naça, Alvinegro da Rodovia ou Elefantão, é um dos clubes mais tradicionais de Uberaba, Minas Gerais. Seu mascote é o elefante, e o principal rival é o Uberaba Sport Club
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Em pé: Lobão, Lobinho, Donizete, Juarez, Wilson Lopes e Celso Roberto Agachados: Teco, Donato, Toinzinho, Luizinho e Dema. |
Tradição e Paixão desde 1899 - Fundado em 13 de maio de 1899, o Vitória começou como um clube de críquete e rapidamente se tornou uma referência no futebol baiano. Sua sede é em Salvador, e o clube manda seus jogos no Estádio Manoel Barradas, o famoso Barradão.
A torcida
rubro-negra é conhecida por sua fidelidade e paixão, mesmo nos momentos
difíceis.
O clássico Ba-Vi
contra o Bahia é um dos mais intensos do país, com histórias memoráveis e muita
rivalidade.
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Em pé: Bigu, Dema, Chagas, Fernando, Denilson e Celso Roberto Agachados: Heider, Ivan, Rick, Lulinha e Jesum. Celso
Roberto não foi apenas um ídolo regional em Uberaba e Araxá — ele também levou
seu talento para o exterior, construindo uma carreira que atravessou fronteiras
e culturas futebolísticas. Celso teve passagens por clubes em:
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Celso Roberto é seu filho (Savassi - BH) |
4 comentários:
Muito interessante! Convivo hoje com o amigo Celso Roberto, e achei legal poder acompanhar um pouco de sua história vitoriosa, através deste blog. Tive a oportunidade de ver algumas dessas fotos pessoalmente, em sua casa. Saudosa memória!
Somos primos mas nunca o vi pessoalmente apenas nos campos
Grande Celso Roberto; sem sombra de dúvidas um dos 04 ou 05 melhores jogadores que o glorioso Cruzeiro Esporte Clube teve em sua história.
Pena que o grande Celso Roberto esteve no Cruzeiro numa ocasião em que o time está numa péssima situação financeira.
Mas em todos os times onde o grande Celso Roberto atuou ele alavancou levantou o time cuja camisa defendia.
Parabéns Celso Roberto de Oliveira, a história JAMAIS se esquecera de seus grandes feitos e realizações em campo.
Que O Senhor Jesus continue a derramar bençãos sem medida sobre você e sua família.
Obrigada pelas suas apresentações e desemprenho em campo.
Abraços fraternos.
Joguei com ele no Cruzeiro … queria falar com ele me chama no zap 37998365764
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