sexta-feira, agosto 18, 2017

Economia brasileira tem momento de alívio após três anos de crise



Os indicadores econômicos de junho surpreenderam positivamente, dando força à tese de que a recessão iniciada há três anos está finalmente sendo deixada para trás.

O ponto de inflexão parece ter sido o segundo trimestre do ano, período no qual os dados da produção industrial, do varejo e dos serviços mostraram alguma força.
Os analistas, no entanto, seguem cautelosos, monitorando o ambiente político interno e, sobretudo, a hipótese de uma aceleração do ritmo de aumento dos juros nos Estados Unidos.
"Levando em consideração a turbulência política nos últimos meses, acreditamos que a economia teve um desempenho razoável [no segundo trimestre], sugerindo que a recessão de quase três anos do país acabou", diz Fabio Ramos, do UBS.
Ramos diz que o resultado ainda fraco do IBC-Br, indicador do Banco Central que antecipa o PIB (Produto Interno Bruto), não desapontou.
No segundo trimestre, o indicador subiu 0,3%, mas os dados até maio sugeriam um desempenho ainda pior.
Em relatório, Ramos diz que os dados do segundo trimestre reforçam a previsão do UBS de alta de 0,5% para o PIB de 2017 e que uma melhora no segundo semestre dependeria de reformas e medidas fiscais adicionais.
Flavio Serrano, economista do Haitong, diz que o desempenho dos indicadores de junho reduz a probabilidade de uma leitura negativa do PIB do segundo trimestre.
A surpresa maior, diz ele, veio do comércio varejista, com alta bem acima das projeções em junho.
Ainda que a atividade do segundo trimestre venha negativa, diz Serrano, é possível dizer que a economia chegou num "ponto de inflexão". "Mas isso não quer dizer que vamos explodir de crescimento. A situação é de transição".
A Rosenberg destaca a expansão de 1,3% da receita com serviços em junho.
Na avaliação da Rosenberg, o setor de serviços não vai encerrar o ano em terreno positivo, mas a queda será menor do que 2016 (-5%).
No geral, diz a consultoria, o avanço de 1% do PIB do primeiro trimestre e uma expectativa de estabilidade para o segundo seriam indicativos "auspiciosos" de que o país deixa a recessão para trás.
Após a divulgação dos indicadores da indústria, do varejo e de serviços em junho, o Itaú melhorou a projeção para o PIB do segundo trimestre, de uma queda de 0,2% para estabilidade.
Para o Itaú, o PIB do segundo trimestre será o oposto do observado de janeiro a março, cuja alta foi muito concentrada na agropecuária.
Embora o resultado agregado previsto para o segundo trimestre ainda seja fraco, a alta dos componentes do PIB será mais disseminada.
O banco destaca também os dados do mercado de trabalho. Ainda que o recuo da taxa de desemprego nos três meses até junho seja consequência do aumento da informalidade, a equipe ressalta que o trabalho informal também contribui para a alta da massa salarial, impulsionando o consumo das famílias.
O Banco de Tokyo avalia que há boas perspectivas para uma maior recuperação da atividade econômica no segundo semestre, diante de uma melhora contínua das condições do mercado de trabalho, inflação baixa e reduções da taxa Selic gradualmente transmitidas para os empréstimos bancários.
"Mas a recuperação está longe de ser consolidada, uma vez que valores mensais ainda mostram altos e baixos de atividade econômica."
FLAVIA LIMA - DE SÃO PAULO - 18/08/2017 02h00

quinta-feira, agosto 17, 2017

Ir à Copa do Mundo na Rússia custa até R$ 45 mil; veja dicas para planejar


Estátua de Zabivaka, mascote da Copa da Rússia 2018, na entrada do zoo de Moscou
Faltam 10 meses para o início da 21ª Copa do Mundo de Futebol, com sede na Rússia. Quem quiser ver a bola rolar a partir do dia 14 de junho de 2018 no estádio de Luzhniki, em Moscou, pode preparar o bolso, pois a viagem é bem cara. A Copa termina no dia 15 de julho.
 
Ricardo Humberto Rocha, professor de Finanças do Insper, estima que o turista deve se preparar para gastar entre R$ 30 mil e R$ 45 mil por pessoa com a viagem, na média.
Essa estimativa abrange a primeira fase da Copa (de 14 a 28 de junho de 2018), considerando gastos com ingressos para três jogos, passagem aérea de ida e volta (com voo saindo de São Paulo), hospedagem de duas semanas e gastos com alimentação, além de um valor extra para lazer. "É uma viagem cara, então procure baratear ao máximo, pagando com milhas, comendo no McDonald's por lá", diz.
Além do professor Rocha, o UOL consultou dois especialistas para saber quais as dicas para economizar e conseguir realizar o sonho de assistir à Copa (e, quem sabe, ver o Brasil levar o hexa). São eles: Renata Franco, diretora-geral da Stella Barros Turismo, e Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ).
Segundo eles, o primeiro passo é fazer um orçamento detalhado, verificando gastos com passagem, hospedagem, alimentação, transporte, ingressos e um dinheiro extra para lazer e compras.
Passagem aérea
Quanto antes comprar uma passagem aérea, melhor, pois os voos tendem a ficar mais caros quanto mais próxima a viagem.
Segundo pesquisa no buscador de voos Kayak, feita na segunda-feira (14), a passagem mais barata de ida e volta para Moscou custa a partir de R$ 4.119,21 (incluindo taxas), pela Alitalia, saindo de São Paulo no dia 12 de junho de 2018 e chegando a Moscou no dia 14 de junho, após 29 horas e 15 minutos de viagem. A volta seria no dia 26 de junho e chegada no dia seguinte, depois de 29 horas e 35 minutos de viagem.
A Stella Barros oferece voos regulares de ida e volta para a Rússia a partir de US$ 2.000 (R$ 6.600, valor calculado de acordo com a cotação de R$ 3,30 do dólar turismo fornecida pela Stella Barros na segunda-feira, 14), incluídas as taxas.
Teixeira sugere que o consumidor pesquise se vale mais a pena financeiramente ir para uma outra capital europeia primeiro e depois comprar um voo de baixo custo para Moscou ou a cidade que escolheu como base. "Pode sair mais barato", diz.
Pacotes e hospedagem
Agências de viagem como Agaxtur, Stella Barros e Trains & Tours são algumas das que oferecem pacotes para a Copa do Mundo. Agaxtur e Stella Barros oferecem diversas opções de preços e tipos de hospedagem. Trains e Tours oferece dois pacotes, um com saída para 13 de junho de 2018 e outro com saída para 3 de julho de 2018. Veja alguns exemplos de pacotes para a primeira fase (os preços são por pessoa):
  • Agaxtur: o pacote custa 7.702 euros (R$ 30.037,80) em apartamento duplo. O valor em reais foi calculado com base na cotação de R$ 3,90 do euro turismo fornecida pela operadora na segunda-feira (14), sem contar taxas, seguro e o imposto. O pacote inclui 12 noites de hospedagem em hotel de classe turística a partir de 14 de junho de 2018 em Moscou e São Petersburgo, café da manhã, transfer de chegada e saída nas cidades, guia brasileiro, city tour e transporte e voo para a cidade onde acontecerão os jogos do Brasil, além de seguro viagem. Preço válido para reservas feitas até dia 31 deste mês. Pacote sem passagem aérea.
  • Stella Barros: o pacote com chegada à Rússia em 14 de junho de 2018 tem hospedagem em quarto duplo em Moscou e São Petersburgo, sai a 7.702 euros (R$ 30.268,86, valor calculado pela cotação de R$ 3,93 do euro turismo fornecida pela operadora na segunda-feira, 14, sem contar impostos, taxas e seguro). O pacote inclui 12 noites de hospedagem em hotel de classe turística, seguro viagem, guia brasileiro, city tour, café da manhã, transfer de chegada e saída nas cidades e transporte para assistir aos jogos do Brasil. Pacote sem passagem aérea. Preço sujeito a alterações sem aviso prévio.
  • Trains & Tours: o pacote sai por 4.880 euros (R$ 19.276,00) em quarto duplo e 6.730 euros (R$ 26.583,50) em acomodação individual (saída no dia 13 de junho de 2018, a partir de São Paulo ou Rio de Janeiro). Os valores em reais foram calculados com base na cotação de R$ 3,95 do euro turismo fornecida pela operadora na segunda-feira (14), sem contar taxas, seguro e o imposto. Os pacotes incluem passagem aérea ida e volta com destino a Moscou, 13 noites de hospedagem em hotel categoria quatro estrelas, café da manhã, city tour panorâmico, guia falando português ou espanhol, dois almoços e quatro jantares e transporte para o estádio no dia do jogo do Brasil. Esses preços valem até o dia 31 deste mês.

 Para baratear o custo, é possível pesquisar o preço de hotéis e hostels em sites de busca de hospedagem. Outra dica é procurar quartos para alugar por sites como o Airbnb. Nesse caso, é melhor certificar-se com antecedência se o anfitrião fala inglês, pois essa é uma dificuldade adicional na Rússia: a diferença da língua e do alfabeto.
Alimentação
Segundo Franco, da Stella Barros, é possível calcular um gasto diário de 80 euros (R$ 314,40, considerando a cotação de R$ 3,93 do euro turismo fornecida pela Stella Barros na segunda-feira, 14) entre almoço e jantar ou 120 euros por dia (R$ 471,60), caso inclua o café da manhã também.
Se for ficar duas semanas na Rússia, almoço e jantar sairiam por cerca de R$ 4.401,60 no total (e sem café da manhã). Com café da manhã, a conta fica em R$ 6.602,40.
Ingressos
Os pacotes de hospedagem não incluem os ingressos. Nesse caso, é possível comprá-los pelo pacote "hospitality" oferecido por Agaxtur e Stella Barros, no qual cada ingresso para a Copa custa US$ 850 (R$ 2.805,00, calculada pela cotação de R$ 3,30 do dólar turismo fornecida pela Stella Barros na segunda-feira, 14).
Se quiser assistir aos três jogos do Brasil na primeira fase, irá desembolsar US$ 2.550 (R$ 8.415,00, calculada pela cotação de R$ 3,30 do dólar turismo). Segundo Franco, a Fifa exige que se compre no mínimo dois ingressos para essa categoria "hospitality". "Quem compra esse tipo de ingresso consegue garantir a entrada para o jogo do Brasil. Hoje é a única maneira de garantir isso", diz. O pacote "hospitality" inclui uma série de benefícios como acessos exclusivos aos jogos, assento de categoria 1, presentes, comidas e bebidas no estádio.
A partir de setembro, os torcedores poderão começar a comprar pelo site da Fifa, mas não é possível saber quais seleções estarão em campo. Na fase de grupos, os bilhetes custarão entre US$ 105 (R$ 346,50) e US$ 210 (R$ 693). A conversão para real foi calculada pela cotação de R$ 3,30 do dólar turismo fornecida pela Stella Barros na segunda-feira (14).
Como planejar financeiramente a viagem
Se você já tiver o dinheiro para comprar a passagem aérea e tiver certeza de que terá como pagar as prestações do pacote, o professor Rocha sugere fechar negócio agora para garantir o preço em reais.
"Se tiver o dinheiro aplicado, vá retirando aos poucos por mês para pagar as prestações do pacote", diz. Ele sugere essa estratégia para fixar o preço das despesas em reais e não depender da cotação da moeda estrangeira.
Teixeira diz que não se deve comprometer mais de 20% da renda líquida mensal (tudo o que recebe já descontados os impostos) nas parcelas com a viagem. Se for ultrapassar esse valor, é melhor esquecer a viagem e se planejar melhor para a Copa do Mundo em 2022, no Catar, economizando um pouco por mês para atingir esse objetivo.
O dinheiro dos gastos para a viagem deve ficar em aplicações que permitam resgate diário, como poupança, fundos DI ou CDBs.
A compra de euros deve ser feita todo mês, para diluir os riscos de comprar quando estiver caro demais. "É melhor fazer o preço médio, pois não há expectativa que o real irá se desvalorizar muito ante o euro e o dólar", diz Teixeira.
Ele sugere ainda que o turista leve uma parte do dinheiro em euros e uma parte em rublos (a moeda russa). Não vale a pena levar tudo em rublo porque, se não gastar tudo, vai perder dinheiro, se tiver de converter novamente a moeda para euro ou dólar. "Leve somente o que tiver certeza de que vai usar lá", diz.
O professor da FGV afirma ainda que o ideal é usar o menos possível o cartão de crédito por causa do IOF de 6,38%. Segundo ele, a variação cambial na época do pagamento também pode não ser favorável. "O cartão oferece mais segurança, mas a viagem pode sair muito mais cara", diz
Sophia Camargo - Colaboração para o UOL, em São Paulo - 15/08/201704h00 

quarta-feira, agosto 16, 2017

Sem aposentadoria aos 116 anos por ser exageradamente idosa para o banco

© Fornecido por El País María Félix Nava, em sua casa do Tlaquepaque (Jalisco).
Os 1.200 pesos (200 reais) que María Félix Nava recebia por mês eram sua principal fonte de renda até que uma mudança burocrática no México a obrigou a abrir uma conta bancária e obter um cartão. Mas 116 são anos demais para conseguir exercer esse direito. Félix Nava viveu um século completo e quase duas décadas de outro. Ficou órfã e sem irmãos quando ainda era menina, pouco antes da Revolução Mexicana. Nunca mais soube deles. Passou dois anos vagando por Laguna Grande (Estado de Zacatecas, centro do México) sem outra ajuda além da que os moradores lhe ofereciam.“Eu comia nopales [um tipo de cacto habitual na dieta mexicana] e quelites [ervas silvestres comestíveis]; os feijões e o milho eram um luxo”, narra por telefone. Sobreviveu desse jeito até que uma família a recolheu da rua. Não pôde estudar – não sabe nem ler e escrever –, casou-se aos 22 anos e teve 10 filhos, seis deles já mortos, além de 20 netos, 56 bisnetos e 23 tataranetos. E nunca imaginou que, depois de uma vida marcada pela adversidade, enfrentaria um último empecilho que lhe tira o sossego quando está prestes a completar 117 anos.
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Em janeiro, quando – com a ajuda de sua filha Marina, sua sombra dia e noite – tentou receber o benefício previdenciário ao qual tem direito devido à sua precária situação econômica, a operação foi negada. Félix Nava já havia passado quase um ano recebendo essa pensão para maiores de 65 anos em situação de vulnerabilidade: até janeiro deste ano, o dinheiro era depositado numa conta conjunta da qual os 50.000 beneficiários do programa assistencial podiam retirar mensalmente a quantia atribuída. “Mas a regra mudou e obrigou essas pessoas a terem uma conta bancária individual em que receberiam seu dinheiro”, explica Miguel Castro, secretário de Desenvolvimento e Integração Social de Jalisco, o Estado onde Félix Nava vive há cinco décadas. Aí começou sua peripécia: ao solicitar a abertura da conta corrente individual e um cartão para saques, o sistema do Citibanamex barrou o trâmite pelo fato de a cliente ter mais de 110 anos.
“Disseram-me que esse era o limite”, afirma, com certa resignação e uma voz vigorosa para sua avançada idade. O banco se justifica citando uma falha de programação no sistema informático que emite novos cartões. “Não estava programado para conceder cartões a maiores de 110 anos. Era a primeira vez que uma pessoa tão idosa o solicitava”, diz Francisco Cabellero, chefe de Comunicação Social do Citibanamex. “O sistema já foi corrigido e reprogramado, e a idade agora é ilimitada”, acrescentou. Mesmo que por questões informáticas – e não por vontade do banco, como faz questão de reiterar a instituição –, essa barreira violava a Constituição mexicana, que proíbe “toda discriminação motivada por (...) idade (...) ou qualquer outra que atente contra a dignidade humana e tenha por objetivo anular ou menosprezar os direitos e liberdades das pessoas”.
O caso chegou, quase três meses depois, aos ouvidos do Governo de Jalisco. “Ficamos sabendo pela imprensa local”, diz Castro. “Emitimos um cheque nominal a ela e a acompanhamos no processo. Mas o caso é mais um exemplo da burocracia; não só dos bancos, mas também a nossa, das autoridades: há 55 outras pessoas que não puderam receber a ajuda depois da mudança de regra”, relata o responsável por assuntos sociais desse Estado mexicano. “Não deve voltar a ocorrer.”
Aos 116 anos, Félix Nava é a mulher mais idosa de Jalisco. “E acham que uma das mais velhas do México, embora isso ninguém tenha confirmado”, diz sua filha Marina. Até receber o cheque relativo aos três meses atrasados, as duas se viraram com a pensão da filha e com a ajuda de seus netos e bisnetos e de uma associação sem fins lucrativos do Tlaquepaque, na região metropolitana de Guadalajara, onde vivem. Valiam-se também dos poucos pesos que ganham numa improvisada barraca de guloseimas e doces que montam diariamente na porta de casa. “Apesar da idade, ela é completamente independente”, salienta Fernanda, uma amiga da família. E, transtornos burocráticos à parte, Félix Nava parece satisfeita: “Estou bem; só rezo para que tudo continue igual”.
Ignacio Fariza04/05/2017

domingo, agosto 13, 2017

Saída de jornalistas da Rede Globo nos ensina sobre propósito e valores



Evaristo Costa saiu no fim de julho do JH, da Rede Globo
Flávia Freire, Evaristo Costa e Mara Luquet são alguns dos jornalistas que, recentemente, deixaram seus empregos na maior emissora de televisão aberta do país, a Rede Globo. Com mais ou menos burburinho na internet, a depender da popularidade de cada um nas e fora das redes sociais, essas saídas podemnos ensinar muito sobre deixar de lado a estabilidade e buscar um trabalho com propósito, aliado à qualidade de vida e condizente com seus valores.
Flávia Freire, por exemplo, depois de 19 anos de Rede Globo, mudou-se para Portugal com o marido e o filho. No comunicado oficial, informou que fechava um ciclo de conquistas e se dedicaria ao que realmente faz sentido a ela: a família. Apesar da estabilidade que tinha na emissora, sua participação nos programas jornalísticos poderia estar aquém de suas expectativas ou a rotina de trabalho não condizia com seus valores no atual momento da carreira.
Evaristo Costa surpreendeu seus fiéis seguidores nas redes sociais e os telespectadores do Jornal Hoje, habituados à bem-sucedida dupla que ele fazia com Sandra Annenberg na bancada do programa. Entre rumores de que não era visto como um grande jornalista, mas um bom apresentador, de que havia errado muito na cobertura das eleições 2016 e entre expetativas de que ele substituiria, a longo prazo, William Bonner no Jornal Nacional ou Tadeu Schimidt no Fantástico, Evaristo decidiu sair para fazer um ano sabático e declarou que as filhas e a esposa deixaram de ter sua presença em muitas datas importantes. Independente do motivo real para a saída, o fato é que manter-se na bancada do JH não condizia mais com seu propósito, apesar da estabilidade e do reconhecimento na posição.
Mara Luquet deixou mais evidente sua busca por propósito ao escolher sair do grupo Globo (CBN, GloboNews e SPTV), para dedicar-se à sua própria empresa de geração de conteúdo sobre finanças pessoais. Além disso, Mara será garota-propaganda do Bradesco, posição que os jornalistas da Rede Globo são proibidos de ocupar. Em sua declaração sobra a saída, a especialista em finanças admitiu que a visibilidade de estar no grupo é muito atrativa, mas que chegou o momento de focar em seu negócio.
Essas histórias são apenas um pequeno retrato do que ocorre no mercado de trabalho diariamente: profissionais com grande estabilidade, muitas vezes reconhecidos por seus pares e superiores, mas com propósitos distintos dos objetivos traçados pela empresa para eles próprios. Nesse cenário, arriscar e tomar um decisão condizente com seu propósito de vida e seus valores é essencial para obter satisfação pessoal e profissional.
E você, arriscaria uma carreira estável para atender seu propósito de vida? E quais são mesmo seu propósito e seus valores? 
 
Professora e pesquisadora. Sócia-fundadora da VRS Cursos, Palestras e Coaching 
 
 

sexta-feira, agosto 11, 2017

Dá para economizar dinheiro só escolhendo o horário para abastecer




O posto de gasolina é o lugar em que o brasileiro mais faz cálculos. Tem o velho cálculo para ver se compensa mais o álcool ou a gasolina. Tem o mais recente, para ver o quanto pesou no bolso o aumento de imposto do combustível. Um dos mais fáceis é o da hora do dia em que a ida ao posto é mais vantajosa. Conhece esse?

Não precisa de muita conta. Basta olhar a meteorologia ou atentar para a posição do sol. Como qualquer outro líquido ou sólido, a gasolina e o etanol sofrem alteração de volume como efeito da mudança de temperatura. Isso é chamado de expansão ou contração térmica.

"Em particular, a gasolina tem uma expansão térmica relativamente alta comparada com outros fluidos", diz Adilson de Oliveira, físico da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

Ao abastecermos o carro em um horário de alta temperatura no dia, compramos menos líquido do que quando a temperatura ambiente está mais baixa."

Funciona assim. Quando a temperatura aumenta, o combustível se expande e a mesma massa ocupa um volume maior. E quando esfria, suas moléculas ficam mais concentradas, ocupando menor espaço. O que muda é o volume, e não a massa, que permanece a mesma. Só que pagamos pelo volume, mas é a massa que importa para fazer o carro andar. Assim, quanto mais massa tiver no tanque, mais quilômetros ele vai rodar. 

De manhã, mais massa entra no tanque pelo mesmo preço que seria pago se o carro fosse abastecido com sol a pino. Caso os combustíveis fossem vendidos por peso, o efeito da temperatura apareceria na balança e não haveria diferença alguma escolher o horário para abastecer. A localização dos tanques de combustíveis no subterrâneo dos postos ameniza um pouco o efeito da variação de temperatura do dia. 

Getty Image

O calor provoca expansão do combustível líquido e faz ele evaporar; abastecer em um posto no deserto seria péssima ideia



Quer economizar? Nem abra o tanque quando estiver quente

Um cálculo matemático para saber o quanto estaríamos economizando ao abastecer o carro nas primeiras horas do dia é um pouco complexo. 

Mas dependendo da hora do dia, só de abrir o tanque para abastecer você pode fazer seu dinheiro virar vapor. Os tanques dos carros mais novos são pressurizados. Quando estão fechados, a pressão lá dentro é mais alta que a do ambiente. Isso faz com que o combustível, mesmo em temperatura mais alta, mantenha-se líquido. "Ao abrirmos o tanque, a pressão diminui e parte do líquido evapora", diz Oliveira.

Sabe quando você sente aquele cheirinho de gasolina no ar depois de entregar a chave para o frentista? É o cheiro do seu dinheiro no estado gasoso. Os veículos modernos injetam vapor de gasolina no motor junto do combustível líquido para ganhar eficiência.

"Ao abrirmos o tanque em horários em que o carro está em temperatura mais alta, é perdido esse vapor do combustível para o ambiente", explica o físico.

Fernando Cymbaluk Do UOL, em São Paulo 11/08/201704h00

segunda-feira, agosto 07, 2017

Pessoas difíceis - como lidar com os rinocerontes no trabalho

Um rinoceronte é aquele ser resistente, paquidérmico, meio bruto, que se sente ameaçado e parte para o ataque sempre que alguém tenta invadir o seu território.
Talvez você trabalhe (ou já trabalhou) com alguma pessoa difícil assim, “casca grossa”, que não tolera ver seu território ideológico invadido e defende sua opinião, seu sagrado ponto de vista, como um animal instintivo defende seu espaço vital.
Projetos ficam empacados, o clima no ambiente de trabalho péssimo e as pessoas não conseguem nem respirar. Pois é! Talvez você não saiba, mas os rinocerontes também costumam empilhar seus excrementos para demarcar território…
O melhor mesmo seria evitá-los. Mas quando isso não for possível, como enfrentar o bicho sem ser destroçado?
Durante a minha trajetória de vida, tive a oportunidade de lidar com alguns rinocerontes, tanto no ambiente profissional quanto nas relações pessoais, e aprendi algumas técnicas simples para gerenciar essas situações de perigo que quero compartilhar com você.
  1. O que não fazer diante da fera?Não tente vencer no grito. Mesmo se você tiver ascendência hierárquica sobre essa pessoa, vencer no grito não resolverá definitivamente o problema. Isso porque a origem da agressividade poderá simplesmente ficar oprimida por algum tempo, porém reaparecerá de forma devastadora posteriormente.
  2. Não faça nenhum movimento que possa parecer ameaçador. Qualquer coisa poderá inflamar ainda mais as emoções do animal. Portanto, tome cuidado tanto com a linguagem verbal quanto a não verbal (tom de voz, gesticulação, expressões faciais e corporais).
Então, o que fazer com essas pessoas difíceis?
Faça perguntas! Sim, a melhor forma de se livrar do ataque é com perguntas investigativas (não ameaçadoras) que demonstrem real interesse nas opiniões do outro.
Peça para a pessoa justificar seu ponto de vista com base em dados (estatísticas, por exemplo) ou fatos (concretos). O que acontece é que o cérebro, quando ocupado com questões mais racionais, precisa direcionar boa parte de sua energia para resolver essas questões e isso faz com que a agressividade e a emocionalidade cedam espaço para o raciocínio lógico.
O resultado é um rinoceronte mais sociável e lúcido, que aos poucos vai percebendo o próprio comportamento e se sentindo cada vez mais seguro para expressar as causas dos seus maiores anseios.
Neste ponto, você conseguiu finalmente entrar no território da fera. Somente nesta situação você terá chances reais de apresentar suas ideias e resolver os impasses encontrando alternativas eficazes para alcançar o sucesso desejado.
Seguindo essas dicas, as suas chances de sucesso numa situação de conflito são monstruosas. Mas, primeiramente, você precisará conhecer o próprio rinoceronte interior. Você está preparado?
Se quiser saber mais sobre como lidar com pessoas difíceis no trabalho, convido você a conhecer o meu Programa de Treinamento e Orientação Online para Líderes (Programa TOOL) neste link.
Desejo sucesso! Um grande abraço.
  • Publicado em 7 de agosto de 2017


* Ricardo Mallet é diretor da Unani.me. Graduado em Gestão Empresarial com extensão em Estilo de Gestão e Liderança pela FGV, consultor e palestrante com 25 anos de experiência no mercado de treinamentos. Certificação internacional em Coaching, Mentoring e Holomentoring® do Sistema ISOR®


Por que a decisão de Neymar é uma enorme lição de empreendedorismo

Eu sou fã de Neymar, mas como amante do futebol e do Barça, a princípio me decepcionou o fato de sua transferência para o Paris Saint Germain.
Como a enorme maioria das pessoas o julguei. Pensei que ele estava largando o maior e melhor time do mundo exclusivamente em troca dos petro-dólares do Qatar. Eu julguei como "pouco inteligentes" Neymar Jr e Neymar pai.
Baixada a poeira, na boa, burro sou eu! Basta fazer contas para chegar a esta conclusão.
Contas de dinheiro: Se o fizer, mesmo que por alto, chegar-se-á a conclusão óbvia de que, por maior que tenha sido a oferta do PSG, o dinheiro já não faz a menor diferença na vida do craque e de sua família por dezenas de gerações.
Contas de títulos: Aí a decisão passa a fazer mais sentido. "Contabilize" comigo os títulos dele no Barcelona:
Um atleta é também um empreendedor. No caso, Neymar é um empreendedor de alto nível. Empreendedor de seu próprio corpo e performance. Empreendedor do seu jogo.
Não podemos jamais esquecer que por de trás de um menino de 25 anos cheio de "parças" existe um gigante dos esportes. Um atleta de altíssimo nível.
Uma vez lida a lista de títulos acima, desafio o leitor a citar sequer um só título que Neymar não tenha conquistado em 4 anos de Barcelona. Nem precisa... Eu já lhe digo: Nenhum! Neymar ganhou todos!
Um esportista de alto nível não vive pelo dinheiro, ele vive pelos desafios de auto-superação. No Barcelona para Neymar restaria apenas um título: O de melhor jogador do mundo.
O Barcelona é um time grande, o maior deles. E uma vez renovado o contrato de Messi a mesmice imperaria no clube e em seu jeito de jogar: Seguiriam ganhando tudo e Neymar jogando pela esquerda de garçom para o craque argentino. Nada mal, não fosse Neymar um empreendedor.
Um empreendedor precisa de desafios e de problemas para resolver. Um empreendedor precisa que lhes digam que algo é impossível para que sua ambição mova o mundo para provar o contrário.
Por isso me parece óbvio que a esta altura da carreira Neymar precisava de uma nova e grande aposta. Precisava de um time "médio" para transformar em "grande" no continente europeu. Precisava dar títulos para um clube que ainda não os tivesse conquistado e fazer de seu nome o sobre-nome do clube, tipo: Barcelona-Messi.
Como bom empreendedor Neymar sabe que jamais será o melhor do mundo apenas por querer ser o melhor do mundo. Ele será o melhor do mundo por consequência do enorme desafio de transformar o PSG no maior clube da Europa. Consequência e não causa. Quem vive pela fama acaba pobre: de dinheiro ou espírito.
O fato é que nosso moleque, assim como fez com a seleção olímpica, nasceu para operar enormes transformações e calar a boca de todos. Fez isso na Vila Belmiro (Meninos da Vila) e fez isso na seleção olímpica brasileira (lembra, Galvão?). Ele não nasceu para ser peça importante de quebra cabeças, nasceu para criar o quebra cabeças.
A minha geração assistiu o Ronaldo se arrebentar umas 10 vezes, se re-inventar e voltar para ganhar tudo. Não a toa é fenômeno. Não fez isso por dinheiro, ele já não mais precisava dele, o fez pela vontade de superação e de mostrar para todos que estavam errados. E assim deu bons exemplos ao país que mais precisa deles. É um mito pelo exemplo de superação e não pelo dinheiro e fama que ganhou no processo.
Como todo bom empreendedor, Neymar sabe que quem não se re-inventa acaba morrendo. Optou por se re-inventar aos 25, no auge de sua carreira, porque sabe que se tudo der errado já terá dado certo. O dinheiro, neste caso, não é sua motivação, mas suas costas quentes, a segurança necessária para a que talvez tenha sido a maior - e melhor - decisão de sua vida.
Sempre pensei que o cabelo do Neymar é um claro reflexo de sua personalidade, Freud explica. Fotografia de um ser humano que não suporta a mesmice e que precisa o tempo todo se transformar, pessoal e profissionalmente, para sobreviver.
Isto posto, digo com certeza: Neymar é muito melhor do que Messi. Ganhando ou perdendo, melhor ou pior do mundo. Não me refiro a tecnicidade futebolística, me refiro a contínua insatisfação e a gigantesca vontade de mudança que o move.
Neymar é talvez também o maior dos empreendedores dos gramados que o futebol já viu. O suficiente para que paguem o que pagaram por ele e o suficiente para dizer que o primeiro unicórnio brasileiro já tem nome e sobrenome: Neymar Jr.
#JeSuisNeymar.
"São os loucos que acreditam que podem mudar o mundo que de fato mudam o mundo." - Steve Jobs


Rony Meisler - CEO Grupo Reserva e Presidente Capitalismo Consciente Brasil.Publicado em 6 de agosto de 2017






FONTE: https://www.linkedin.com/pulse/por-que-decis%C3%A3o-de-neymar-%C3%A9-uma-enorme-li%C3%A7%C3%A3o-rony-meisler?trk=v-feed&lipi=urn%3Ali%3Apage%3Ad_flagship3_feed%3BRuQ0yj%2FfYOgFzQphdYS6CA%3D%3D

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